quarta-feira, 17 de junho de 2015

Vinho tinto ajuda a transformar gordura "má" em "boa"

Vinho tinto ajuda a transformar gordura "má" em "boa".


Beber vinho tinto (com moderação, claro) pode ajudar a controlar o peso. A conclusão é de um novo estudo norte-americano, que revela que um composto presente nesta bebida alcoólica e em várias frutas como as uvas, as framboesas ou as maçãs é capaz de transformar o excesso de gordura branca - a chamada gordura "má" - em gordura bege, que queima calorias. 
 
De acordo com uma equipa de investigadores da Washington State University, nos EUA, esta descoberta pode significar o desenvolvimento de novas estratégias para a prevenção e o tratamento da obesidade, corroborando estudos prévios que apontavam para uma capacidade protetora do composto em causa, o resveratrol, contra esta doença.
 
Trata-se de um polifenol, ou seja, um tipo de antioxidante, que, além de presente no vinho tinto, é fácil de encontrar na maioria dasfrutas, em especial os mirtilos, os morangos, as framboesas, as uvas e as maçãs. Cerca de duas ou três porções diárias, revelam os cientistas, são o suficiente para evitar chegar a um peso excessivo.
 
"Usámos o resveratrol como um 'representante' de todos os outros polifenóis. Estamos a estudá-lo na sua forma pura para sermos consistentes com um estudo que saiu há 20 anos na revista científica 'The Lancet' e que mostrava que o resveratrol no vinho tinto tinha efeitos benéficos", explica, em comunicado, Min Du, um dos autores da nova investigação.

Composto "trava" o aumento excessivo de peso
 
No âmbito do estudo, Du e os colegas alimentaram um conjunto de modelos animais (ratinhos adultos) com uma dieta rica em gorduras, administrando-lhes, também, resveratrol em diferentes quantidades.
 
Aqueles que receberam o composto numa quantidade equivalente a duas a três porções de fruta por dia (para humanos) "ganharam cerca de 40% menos peso do que os do grupo de controlo", revelam os cientistas.
 
Os ratinhos cuja dieta continha resveratrol conseguiram, também, transformar a gordura branca que tinham em excesso no organismo em gordura bege, um tipo de gordura "ativa" que queima energia e cuja existência foi apenas descoberta há alguns anos. Até aí, os investigadores acreditavam que só havia duas "gorduras": a branca e a castanha.
 
Segundo Min Du, a gordura bege situa-se entre estas duas, sendo gerada a partir da gordura branca que, quando em excesso, pode ser prejudicial ao organismo. "O resveratrol é capaz de acelerar e melhorar esta conversão da gordura branca em bege e, em última instância, prevenir parcialmente a obesidade", afirma o investigador.

Benefícios da fruta são mais diretos que os do vinho
 
Min Du, cujo estudo foi publicado na revista científica Journal of Obesity, explica que "os polifenóis na fruta, incluindo o resveratrol, aumentam a expressão dos genes que melhoram a oxidação das gorduras absorvidas pela dieta de forma a que o organismo não fique sobrecarregado".
 
Estes compostos convertem, portanto, "a gordura branca em gordura bege, que elimina os lípidos sob a forma de calor, ajudando a manter o corpo em equilíbrio e prevenindo a obesidade e as disfunções metabólicas". 
Os investigadores chamam, porém, a atenção dos apreciadores de vinho tinto, já que as quantidades de resveratrol existentes na bebida são muito inferiores às que existem, por exemplo, nas frutas frescas, que são uma opção mais recomendável.
 
"O conteúdo polifenóico é o que é verdadeiramente importante. Acreditamos que é possível aumentar a ingestão total destes compostos através de um aumento direto do consumo de fruta", salienta Min Du, acrescentando que vinhos como o 'Merlot' ou o 'Cabernet Sauvignon' contém apenas uma fração do resveratrol e de outros compostos presentes nas uvas.
 
"Muitos dos polifenóis mais benéficos são insolúveis e acabam por ser filtrados durante o processo de produção do vinho", destaca o investigador, sugerindo aos consumidores que queiram acrescentar à dieta mais fibras e uma série de compostos bioativos que optem pela fruta com mais frequência.
 
Clique AQUI para aceder ao estudo (em inglês).

Fonte: site Boas Notícias

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